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A CALIBAN RESISTE

A Caliban resiste. Resiste e cresce em meio à maior crise sanitária da história recente e à sucessivas tentativas de desmonte da Cultura no Brasil. Estamos contando as horas para voltarmos às ruas e ao estúdio. Enquanto não é possível, seguimos produzindo como nunca. Cada um em sua casa, estamos trabalhando em seis projetos ao mesmo tempo. O cinema é a nossa arma de luta na batalha de ideias.

Nas primeiras semanas de distanciamento social, preparamos a entrega do longa-metragem “Em Busca de Carlos Zéfiro” para o canal Curta! O documentário fala dos quadrinhos pornográficos vendidos clandestinamente entre os anos 1950 e 70, que formaram várias gerações nos subterrâneos do amor e os prazeres da carne. Os atores Chico Díaz, Maitê Proença e Eduardo Tornaghi toparam o desafio de dar voz aos personagens imaginados por Alcides Caminha, que revelam uma sociedade moralista na aparência e permissiva por debaixo dos panos.

Estamos nos ajustes finais da montagem de “Chico Mário, a Melodia da Liberdade” para o CINEBRASILTV, que vai lembrar a trajetória de um músico reconhecido por seus pares como um dos mais talentosos do seu tempo e que precisa ser descoberto por quem gosta de música de qualidade. Em apenas 39 anos, o compositor e violonista, irmão de Henfil e Betinho, produziu material para nove discos autorais independentes. O filme conta a participação da Orquestra Ouro Preto, de violonistas mineiros e é narrado por Lenine e Bárbara Paz.

Já havíamos iniciado as gravações de uma série sobre arte urbana para o CINEBRASILTV quando a pandemia deixou as ruas desertas. Partimos para entrevistas por internet, em busca dos olhares dos artistas que estavam impedidos de trabalhar, mas tinham muita história para contar através do seu acervo pessoal. Em breve iniciaremos a edição do projeto, que ouviu alguns dos maiores nomes da arte de rua do Brasil e novos talentos das mais diversas expressões artísticas.

No meio do caos, nasce uma trilogia para fazer o espectador refletir sobre o presente e o futuro. Projetos que estavam sendo gestados antes da pandemia ganharam sentido de urgência diante dos desafios nas áreas da Saúde, das mudanças no mundo do trabalho e do fracasso do projeto neoliberal para atender à coletividade. Realizado em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), “Saúde tem Cura” mostra a força do Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores projetos civilizatórios do mundo, ferramenta fundamental para garantir a vida em um país marcado por desigualdades.

Para comemorar os 90 anos do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro (Sinpro-Rio), estamos preparando um longa que vai falar das lutas do movimento sindical ao longo da história e do futuro das relações de trabalho. E, em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) e outros sindicatos, “A Bolsa ou a vida” vai examinar vários recortes do desmonte do conceito de exercício público de proteção social e nos fazer refletir sobre a incompatibilidade do neoliberalismo com um projeto humanista de sociedade. Em que mundo você quer viver?