Notícias

Silvio Tendler grava depoimentos para o documentário DEDO NA FERIDA

“Dedo na ferida” discute o controle dos governos pelo capital financeiro. O documentário busca compreender a cadeia de relações políticas que põe o Estado cativo do interesse privado. Investiga o porquê do “zelo” das contas públicas nacionais pelas grandes corporações transnacionais e questiona se esse cuidado não seria uma escolta para que o capital privado drene recursos públicos. “Dedo na ferida” questiona o discurso das autoridades econômicas de que não se pode gastar mais do que se arrecada. E sugere, para romper tal ciclo de submissão, o fortalecimento da democracia como resistência à ideologia da economia privada.
 
“O Estado está quebrado, não tem como honrar seus compromissos!”. Ministros da economia, consternados, anunciam: “temos que apertar os cintos e cortar o gasto, mas o futuro – se fizermos direito – nos aliviará”. Grécia, Espanha, Argentina, Brasil, populações inteiras têm de encarar fome, desemprego, violência. Alguns, no entanto, não parecem desanimados. Grandes corporações, em especial bancos, fundos de investimento, seguradoras, nunca estiveram tão bem. A cada ano ficam mais robustos, ousados e ricos.
A rede da prosperidade, composta por reduzidíssimo número de empresas, vai expandindo seu domínio e não dá aos demais alternativa, salvo a mais austera – cortar, conter, poupar. A terra é cercada, a praça é fechada, está tudo dominado. Sitiado, o Estado fará todos os esforços para garantir a confiança do credor. Instituído como garantia dos valores comunitários ante os apetites individuais, o Estado hoje se desintegra.
Na foto os entrevistados:
*** Azadeh N. Shahshahani (ESTADOS UNIDOS/IRAN)
 
Proeminente advogada de direitos humanos dos Estados Unidos, especializada na defesa de direitos humanos de imigrantes muçulmanos, do Oriente Médio e em comunidades do Sul da Ásia. Autora de diversos livro de impacto internacional.
 
*** Giovanni Tognoni (ITÁLIA)
 
Membro do Tribunale permanente dei Popoli (TPP) inspirado pelo Tribunal Russell, composto por juristas, escritores e outros intelectuais e que se expressa sobre questões de violação dos direitos humanos e os direitos dos povos de todo o planeta. Foi criado pela Fundação Internacional Lelio Basso pelos Direitos e pela Libertação dos Povos (FILB), fundada em 1976, e na sequência da Declaração Universal dos Direitos dos Povos (também conhecido como a Carta de Argel).
 
**** Laurence Cohen (FRANÇA)
 
Senadora francesa, membro do Partido Comunista Francês, trabalha temas ligados ao feminismo e aos direitos das mulheres.
 
*** Maria José Farinas Dulce (ESPANHA)
 
Professora catedrática em filosofia do direito na Universidade Carlos III em Madrid, especialista em temas de globalização econômica e direitos humanos, autora de diversos livros e uma das grandes especialistas em sociologia jurídica ibero-americana.